segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Criminalidade Acadêmica

Passo meus dias questionando o positivismo, o estruturalismo e o racionalismo matemático. A metodologia não pode limitar a produção nacional e intuitiva de conhecimento.

"A independência é desejada pela academia universitária, que não pensa o nacional nem a América Latina, e, quando o faz, é sempre vendo o país pela teoria – e não a teoria pelo país. Uma teoriaeurocentrista e colonizadora."
Gilberto Felisberto Vasconcellos

Galileu faz uma estrutura matemática para alcançar ciência. Penso que essa limitação não é coerente com a complexidade do universo e da percepção humana, principalmente com o método intuitivo de produção de conhecimento.
Tudo isso para impedir criação fundada em uma lógica não interessante para aqueles que mantêm o sistema educacional voltado para o mercado, ou seja, orientação profissionalizante; isto ao contrário dos que lutam por uma educação libertadora e crítica, que faça perguntas e não que parodiem outra teoria.



À JUVENTUDE (Ademar Bogo)

Malditos os que fazem da juventude instrumento de guerra, que lhes negam
o conhecimento dizendo não ter vagas nas universidades. Malditos os que
vendem o destino e fazem da pátria um puteiro, onde o dólar com sua
inteligência come a virgindade e a consciência; estes pararão um dia em
nossa mágica utopia de jovens guerreiras e guerreiros.
Aos que traficam ilusões, fazendo da juventude massa esquartejada com o
objetivo único de frustrar carreiras ainda por nascer. Aos que se agarram ao
mercado mundial para alimentar o capital matando todas as soberanias. Aos
que fabricam fantasias e usam as drogas como escudo. Aos que pensam que
assim podem tudo, haverão de parar em nossa rebeldia.
Estes que usam da violência para matar os sonhos e levam das nações suas
riquezas, que comem todas as certezas, investem os esforços em novas
tecnologias, enquanto o povo come apenas uma vez por dia, pagando com a
vida a crueldade; eles que acreditam na luxúria, pararão um dia em nossa
fúria que corre em busca da solidariedade.
Aos que desconstroem a história feita, impedem que façamos as colheitas e
buscam os produtos importados, aos que já vêem o trabalhador eliminado e
acreditam na especulação, sentirão a justiça pois chegar, no dia em que o
jovem acreditar que o caminho é a revolução.
A todos os que pensam que as fronteiras não existem, e fazem dos países
um só tapete para o capital, estes que se dizem do “bem” para combater o
“mal”, que perseguem a natureza e a matéria prima; saberão o que é o
enfrentamento, quando a juventude unificar o pensamento e resgatar em si
a auto-estima.
E os parasitas que vivem das urgias, que penetram as consciências com
insanas ideologias e fazem da juventude, bravos consumidores. Ao s que da
terra julgam-se senhores, que dividem o mundo em raças e religiões; eles
que acreditam nos canhões e se agarram às torneiras do petróleo, sentirã
o opeso de nosso repertório, nas formas de lutas que unificam as nações.
Aos que degradam a democracia, fazendo da juventude apenas eleitores, e
se apegam ao princípio da “Ordem de Direito”. Aos que pensam fabricar o
futuro deste jeito, enquanto se divertem nos escombros da paciência,
saberão pela desobediência, o que é da história ser sujeito.
Aos que apostam na exploração e na eternidade do capitalismo, que
transformam a utopia e o socialismo, em imensas frustrações; que iludem
grandes multidões, com as farras dos shoppings e das novelas, terão de
apertar a própria goela quando despertar a fúria das nações.
E assim veremos florir os girassóis, ouviremos canções de liberdade,
viveremos em uma sociedade, onde florescerão todas as virtudes.
Sentiremos o pulsar de cada coração e a igualdade não terá fronteiras, no
dia em que nossa bandeira, estiver na mão da juventude.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Estes dias estou lendo dois livros de um mesmo autor. Eduardo Galeano, Uruguaio.
Em diversas idéias, a que eu escolho é Pachamama.

No planalto andino, "mama' é a Virgem e "mama" é a terra e o tempo.
Fica zangada a terra, a mãe terra, a Pachamama, se alguém bebe sem lhe oferecer. Quando ela sente muita sede, quebra a botija e derrama o que está lá dentro.
A ela se oferece a placenta do recém-nascido, enterrando-a entre as flores, para que a criança viva; e para que o amor viva, os amantes enterram cachos de cabelos.
A deusa terra recolhe nos braços os cansados e os maltrapilhos que dela brotaram, e se abre para lhes dar refúgio no fim da viagem. Lá embaixo da terra os mortos florescem.