sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O LEGADO DE CHE GUEVARA


Em 8 de outubro cumpre-se o aniversário do assassinato de Che Guevara peloexército boliviano. Após sua prisão, em 8 de outubro de 1967, foiexecutado friamente, por ordens da CIA. Seria ''muito perigoso'' mantê-lovivo, pois poderia gerar ainda mais revoltas populares em todo ocontinente. Decididamente, a contribuição de Che, por suas idéias e exemplo, não seresume a teses de estratégias militares ou de tomada de poder político.Nem devemos vê-lo como um super-homem que defendia todos os injustiçados etampouco exorcizá-lo, reduzindo-o a um mito.Analisando sua obra falada, escrita e vivida, podemos identificar em todaa trajetória um profundo humanismo. O ser humano era o centro de todas assuas preocupações. Isso pode-se ver no jovem Che, retratado de formabrilhante por Walter Salles no filme Diários de Motocicleta, até seusúltimos dias nas montanhas da Bolívia, com o cuidado que tinha com seuscompanheiros de guerrilha. A indignação contra qualquer injustiça social, em qualquer parte do mundo,escreveu ele a uma parente distante, seria o que mais o motivava a lutar.O espírito de sacrifício, não medindo esforços em quaisquercircunstâncias, não se resumiu às ações militares, mas também e sobretudono exemplo prático. Mesmo como ministro de Estado, dirigente da RevoluçãoCubana, fazia trabalho solidário na construção de moradias populares, nocorte da cana, como um cidadão comum. Che praticou como ninguém a máxima de ser o primeiro no trabalho e oúltimo no lazer. Defendia com suas teses e prática o princípio de que osproblemas do povo somente se resolveriam se todo o povo se envolvesse, comtrabalho e dedicação. Ou seja, uma revolução social se caracterizavafundamentalmente pelo fato de o povo assumir seu próprio destino,participar de todas as decisões políticas da sociedade. Sempre defendeu a integração completa dos dirigentes com a população.Evitando populismos demagógicos. E assim mesclava a força das massasorganizadas com o papel dos dirigentes, dos militantes, praticando aquiloque Gramsci já havia discorrido como a função do intelectual orgânicocoletivo. Teve uma vida simples e despojada. Nunca se apegou a bens materiais.Denunciava o fetiche do consumismo, defendia com ardor a necessidade deelevar permanentemente o nível de conhecimento e de cultura de todo opovo. Por isso, Cuba foi o primeiro país a eliminar o analfabetismo e, naAmérica Latina, a alcançar o maior índice de ensino superior. Oconhecimento e a cultura eram para ele os principais valores e bens aserem cultivados. Daí também, dentro do processo revolucionário cubano,era quem mais ajudava a organizar a formação de militantes e quadros. Umaformação não apenas baseada em cursinhos de teoria clássica, mas mesclandosempre a teoria com a necessária prática cotidiana. Acreditar no Che, reverenciar o Che hoje é acima de tudo cultivar essesvalores da prática revolucionária que ele nos deixou como legado. A burguesia queria matar o Che. Levou seu corpo, mas imortalizou seuexemplo. Che vive! Viva o Che!

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