domingo, 21 de dezembro de 2008

" Acumular ódio e amor com paciência. Cultivar a soberba árvore do ódio pelo opressor junto com o amor que combate e liberta. Cultivar a imponente árvore do amor que é vento que limpa e cura, não o amor pequeno e egoísta, mas o grande, o que melhora e faz crescer. Cultivar entre nós a árvore do ódio e do amor, a árvore do dever. E nesta tarefa colocar toda a vida, corpo e alma, coragem e esperança."

EZLN

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

"Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem".
Rosa Luxemburgo


"Malditas sejam todas as cercas! Malditas todas as propriedades privadas que nos privam de viver e amar! Malditas sejam todas as leis amanhadas por umas poucas mãos para ampararem cercas e bois, fazerem a terra escrava e escravos os humanos."
D. Pedro Casaldáliga


"Do rio que tudo arrasta, se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem".
(Bertold Brecht)


"Quando as cercas caírem no chão,
quando as mesas se encherem de pão,
eu vou cantar!
Quando os muros que cercam os jardins
destruídos,
então os jasmins,
vão perfumar!"
Canto das Comunidades Eclesiais de Base


"Educa a tua vontade
faz-te firme: em decisões,
que não terá liberdade
quem não fizer revoluções.
Se queres o mundo melhor
vem cá pôr a tua pedra,
quem da luta fica fora
neste jogo nunca medra."
(Francisco Miguel Duarte


"Tem gente que passa a vida inteira,
Travando uma inútil luta com os galhos,
Sem saber que é lá no tronco
que tá o coringa do baralho!"
Raul Seixas


"Cantá seja lá cumu fô
Si a dô fô mais grandi que o peito
Cantá bem mais forte qui a dô"...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

"Tome um agricultor
Desplantado de sua terra,
Desfolhe-o de seus direitos,
Misture-o à poeira da estrada
E deixe-o secar ao sol.
Deposite-o, em seguida,
No fundo do descaso público.
Adicione a injúria da baderna.
Derrame o pote de horror ao pobre
Até obter a consistência do terror.
Acrescente uma dose de mau presságio
E salpique, com a mão do ágio,
Denunciosas fatias de pedágio.
Deixe repousar no silêncio
A ganância grileira,
As áreas devolutas,
A saga assassina
De quem semeia guerras
Para amealhar terras.
Ferva a mentira
No caldeirão oficial
Até adquirir densidade
Em rede nacional.
Sirva à repressão
Impunemente
Na bandeja do latifúndio."


Autor: Frei Betto
(Sacerdote dominicano, jornalista e escritor, autor de 45 livros. Destacada atuação nas Comunidades Eclesiais de base.)

Título: Receita para matar um sem-terra
(Poema: Descaso público, a ganância dos grileiros; assassinos impunes.)